quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Um novo momento, um novo mundo.O que fazer?

"Não existe mão invisível, muito menos na economia de mercado, hoje influenciada pela globalização financeira”, afirmou Hazel Henderson, presidente do Ethial Markets Media e autora de Mercado Ético (Cultrix).

Em seu artigo “go home, Chicago Boys” publicado no Estado de São Paulo em 21 de setembro de 2008, ela desvendou a versão de mercado da escola de economia da Universidade de Chicago, chefiada por Milton Friedman que juntou ao ingrediente liberdade e democracia, ganância, egoísmo, individualismo e “curto prazismo” à condição de filosofia moral que teve forte influência nos EUA e Inglaterra, colocando em risco o liberalismo econômico.
No meu ponto de vista a Sra. Henderson aponta para a maior dificuldade e ou obstáculo em se restabelecer a confiança no sistema financeiro e ao livre mercado. É a cultura do individualismo e do lucro a qualquer custo e no menor prazo.
A luta capitalismo X comunismo com seu ranço de luta de classes e base ideológica discutindo se é função do Estado ou da livre iniciativa ter o controle do capital nos levou às guerras e destruições no século XX, o que não nos traz saudades.
No meu ponto de vista um falso dilema é se ter a regulamentação nas mãos do Estado ou nos agentes que controlam o mercado livre.
A democracia e a globalização da informação vai se estabelecendo no mundo criando as condições para que o exercício da liberdade da escolha e do controle esteja no próprio mercado.
Regras claras do jogo e do sistema financeiro, quando forem aceitas por todos os mercados e homologadas pelos bancos centrais, irão permitir, aí sim, uma arbitragem universal por um agente determinado criado para isto.
Cada indivíduo, cada empresa e cada país vão se posicionar com liberdade e com suas políticas próprias, mas dentro de um sistema transparente a todos os milhões de aplicadores de todo o mundo. E cabe a estes fiscalizar.
Utopia?
Eu creio que não.
O exemplo do futebol, mais uma vez, que permitiu que Japão e Coréia pudessem sediar juntos uma Copa do Mundo de Futebol e com regras que viabilizaram o jogo EUA x Irã em paz, demonstrou isto.
O risco maior nos dias de hoje está no egoísmo, ganância, desejo de poder, individualismo e curto prazismo que nos leva a quebra de regras e do bom senso e da convivência e nos leva ao crime organizado, quebra de empresas e destruição de nosso meio ambiente.
Eu creio que em poucos anos somente as pessoas e as empresas que atuarem com responsabilidade social, comunitária e ecológica e com atitudes éticas sobreviverão, assim como as nações que garantirem a liberdade e democracia através de governos representativos de suas comunidades.
O lucro é um indicador da eficácia empresarial e condição de perenidade da empresa. É apenas um indicador ou ferramenta e jamais o objetivo de qualquer que seja o negócio em que se atua.
O risco ambiental é um alerta para uma nova atitude proativa e colaborativa de cada ser humano, que é cada um agente de mudanças.
Daqui de Florianópolis, após 64 dias de chuvas ininterruptas, fica o desejo e a esperança que depois da tempestade venha a bonança, e mais responsabilidade no processo e obras de prevenção a catástrofes.
Estamos todos na Economia Real e precisamos atuar com produtividade, qualidade, eliminação de desperdícios, racionalidade e estratégias voltada às soluções aos nossos clientes. Não há mais como empurrar com a barriga e atuar com discursos fantasiosos.
O ano de 2009 será muito difícil e imprevisível e uma grande parte das empresas e negócios desaparecerá em todo o mundo (GM e Ford que o digam) e aqui não teremos com certeza uma simples marola. Estamos todos no mesmo bonde chamado terra.
Lembremo-nos de Garcia Lorca “Caminante no hay camino, lo camino se hace al andar”.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A liberdade

Creio ser este o maior valor da vida.
A capacidade de decidir, com consciência, o que fazer e como fazer.
Exercer esta escolha de forma adequada é usar a capacitação do livre arbítrio. É ser responsável pelos seus atos e conseqüências.
A sensação profunda de se pensar, querer e sentir livremente nos arremete ao diálogo e ao respeito ao outro.
Não haverá liberdade individual sem o respeito à liberdade do outro. É uma opção e decisão livre e um comprometimento com a liberdade dos outros seis bilhões e quinhentos milhões de seres humanos, que também são livres.
O exercício da liberdade nos deixa mais leves, mais atentos, mais flexíveis e mais conscientes a todos os processos que nos envolve a cada dia e nos fortalece a entender as pressões do dia a dia da vida e não ser delas vítimas.
A perda da liberdade pelo egoísmo, pela fé desmesurada, pelo consumismo, pelo poder, pelo lucro fácil, nos tira o prazer de servir, de conviver com os outros e nos escraviza a objetivos sem sentido.
A liberdade sem a igualdade de oportunidades e a fraternidade ao outro não pode ser apenas uma bandeira esquecida.
Quando me refiro ao ser livre, me refiro também às empresas livres e às nações livres.
A economia é a arte de eleger oportunidades. A sabedoria está não em saber poupar, mas em saber escolher” - Edmundo Burra (1729 – 1797) filósofo britânico.
As empresas que desenvolveram o seu pensar, querer e sentir estratégico de forma harmônica com o mercado livre a quem atendem, estão criando suas bases de sustentabilidade e perenidade.
As nações livres que tem em seus valores suas armas, sua força e o respeito dos outros estão em expansão.
Quando um povo sabe para onde vai. O mundo inteiro afasta-se para deixá-lo passar”. - Tadanobu Tsunoda, historiador japonês.
A democracia e a alternância de poder são caminhos para um bom exercício da liberdade
Talvez esta crise mundial que vivemos seja um momento para reflexões e uma excelente oportunidade para novas decisões pessoais, empresariais e de nação.
O que queremos e para onde iremos?
A resposta pode vir a ser uma boa estratégia.
Lembremo-nos
Crescer não é evoluir.
Crescer é ficar maior.
Evoluir é ficar melhor.
Que as reflexões do Natal e as esperanças de 2009 sejam inspirações para cada um de nós.