segunda-feira, 13 de julho de 2009

Individualidade e Comunidade

Cada um de nós é um indivíduo único, original e com características próprias.

Sendo você, você mesmo, com certeza será diferente. Não há ninguém igual.

Entretanto, como indivíduos somos gregários. Não há vida no isolamento.
O estímulo do aprendizado e do desenvolvimento vem de fora e a partir de um contexto da comunidade em que estivermos inseridos.

O indivíduo ao nascer está inserido em sua primeira comunidade, a família.

Ali ele recebe proteção, aprendizado, experiência e cultura. Os hábitos são incorporados pela imitação e repetição sem crítica e sem consciência.

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Nesta comunidade os indivíduos sofrem uma carga emotiva, afetiva, de dependência biológica e econômica.

Normalmente as relações familiares são subjetivas, sem objetividade, gerando incompreensão e desajustes em cada indivíduo. As coisas vão acontecendo naturalmente.

Nas primeiras comunidades externas a família como a escola, amigos da rua e vizinhança surgem intolerâncias e desavenças, pois os indivíduos são cultural e espiritualmente diferentes.

Aqui afinidade de objetivos e comunicação são os fundamentos e as habilidades que permitem superar as diferenças e criar um clima de entendimento interativo e complementar – sinergia.

As influências familiares que carregamos podem ser positivas e negativas diante de um novo contexto.

Nos processos de relacionamento conhecemos pessoas fechadas, famílias mais fechadas, núcleos mais fechados, cidades mais fechadas, empresas mais fechadas e paises mais fechados. A causa, normalmente está no instinto de conservação dos velhos hábitos ou cultura, no medo de não sobreviver na nova realidade da comunidade maior em que está inserido.

O corporativismo se exacerba criando clima de egoísmo e mais separatividade.

Desde cedo à escola da vida mostra que os indivíduos que tem um amor expansivo obtido através da transmutação permanente de seus hábitos, por mais arraigados que sejam, conseguem como indivíduos e famílias serem fonte de um bem estar material, mental e espiritual.

Ser “fonte de bem estar” é a meta, o objetivo, a missão do indivíduo ou da família ou de qualquer comunidade em que seus membros estejam à disposição dos outros. O ideal de servir ajuda e muito no processo evolutivo.

As ferramentas para a construção desta “fonte de bem estar” são respeito, reverência, tolerância e ajuda recíproca que fundamentam uma sociedade mais justa, equilibrada e participativa.

Na essência vivemos um para o outro.

Namastê é o cumprimento indiano e seu significado é: o Deus que está dentro de mim, saúda o Deus que está dentro de você.

Transcender é a forma madura de sair do pequeno círculo e isto não significa desatende-lo e sim compreendê-lo.

Cortar posturas egoístas próprias ou laços egoístas com indivíduos ou com a comunidade em que está inserido não é deixar de amar ou eximir-se de responsabilidade. Talvez seja a expansão de um amor mais inclusivo e verdadeiro.

Uma visão mais universal nos move a transcender o pequeno círculo.

A ação de incluir mais seres humanos é expandir a fonte de bem estar a todos.
Não há oposição entre nós e eles e sim a convergência de todos nós.

A riqueza do mundo está na diversidade das pessoas, regiões, nações e crenças.

Como é saudável e bom desenvolver a individualidade plena e em harmonia com a comunidade que se está inserido.

terça-feira, 7 de julho de 2009

A Paz mundial, o risco nuclear e a morte de Robert McNamara

Um teste nuclear com potência de destruição de Nagasaky e Hiroshima, realizou-se no dia 25 de maio de 2009 na Coréia do Norte.

Ato condenado por todas as nações do mundo, inclusive pelo Irã, através da manifestação de seu presidente Ahmadinejad.

O regime ditatorial de Pyongyang desconsiderou as pressões internacionais.

Faleceu ontem, 06 de julho de 2009, ao 95 anos, Robert McNamara.


Eu tive a felicidade de almoçar e conviver parte do dia 28 de junho de 1996 com Robert McNamara em São Paulo, em um evento que coordenei e teve a participação também do engenheiro Prof. Jacques Marcovitch.

Aquele que foi o todo poderoso Secretário de Estado dos EUA, no Governo Kennedy e parte do governo Johnson, apogeu econômico e militar da nação americana e posteriormente presidente do Banco Mundial por quase 15 anos, quando conheceu e conviveu com a miséria das outras partes do mundo.

Em seu depoimento para mais de 150 empresários brasileiros, naquela ocasião, defendeu ardentemente a destruição completa dos armamentos e ogivas nucleares e mostrou os riscos de destruição total que o homem correu e ainda corre.

Reconheceu o grande erro norte americano na guerra do Vietnã e falou de sua visita em 1995 ao general Giap, vencedor de uma guerra trágica.

Demonstrou ter sido o século XX o mais violento da história da humanidade com mais de 160 milhões de mortes em guerras.

McNamara defendeu a paz em todos os seus aspectos denunciando as nações líderes de hoje em não estar agindo em combate a fome.

Coincidentemente ontem o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e o chefe do Estado da Rússia Dmitri Medvedev comemoravam a assinatura de um novo tratado de desarmamento estratégico.

Fica a perspectiva de que, se todos trabalharmos pela paz mundial com certeza estaremos construindo um mundo muito melhor.

Aprendizado Compartilhado

O processo do aprendizado continua se aprimorando e evoluindo, mas nada como o contato pessoal e direto.

A interatividade, a percepção visual do que o corpo diz através de expressões e gestos são a recuperação da intimidade da relação mestre – aprendiz.

Fica também, claro em nossa consciência que o novo conhecimento é transformador e neste novo contexto o mestre é quem mais aprende com seus aprendizes.

Todos somos agentes do aprendizado e de criação do novo conhecimento do mundo. A Wikipedia é a manifestação expressa desta nova verdade.

Dia 24 de junho no Hotel InterCity em Florianópolis, 18 participantes vivenciamos este contato direto utilizando as novas ferramentas do e-Learning, desenvolvidas pela MicroPower e compartilhando entre nós as mensagens que vinham de Nova York, Santo Antonio (Texas) e São Paulo.

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Foi um dia muito rico e de trocas sobre práticas de aprendizado e desenvolvimento de talentos (Nick Van Dam), aprendizado social/coletivo (Elliot Masie), encurtando distancias no aprendizado (Marci Powell) Mentoring e Coaching (Almiro dos Reis Neto).

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Estar em Dois, Três, Quatro... Lugares ao Mesmo Tempo

Muito mais do que isto, estar em tempo real em cada canto do mundo. E mais: interagindo, dialogando, participando, transformando.

O processo de comunicação, de aprendizado, de diálogo e, principalmente, de transformação já deu um salto quântico.

Quarta-feira, dia 24 de junho, estarei em Florianópolis no Hotel Intercity Premium, com mais 20 empresários e especialistas em e-learning participando do 9º Congresso Internacional de e-Learning via satélite. Estaremos interagindo com São Paulo, Nova Iorque e San Antonio (Texas), com a participação ainda das cidades de Campinas, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Manaus e Rio de Janeiro.

A tecnologia do aprendizado e da comunicação por satélite desenvolvida pela MicroPower e Hughes permitirá isso. Mas o mais rico do processo é a conectividade entre as pessoas e aí estaremos vendo, ouvindo, respondendo, ou seja, interagindo de forma direta e pessoal com os mais conhecidos especialistas no mundo.


Nick van Dam, às 9h30, abordará diretamente de São Paulo o tema “DNA dos Talentos em 2020”. Nick é holandês, um profissional visionário, gerador de ideias e consultor, que estará compartilhando suas ideias e pontos de vista. Ele também criou o e-Learning For Kids, que é um portal na internet de aprendizado para crianças de 5 a 12 anos e está disponível gratuitamente em quatro línguas através do site www.e-learningforkids.org/pt/index.html.

Elliott Masie é um americano reconhecido como futurista, analista e pesquisador no processo de aprendizado social e coletivo e como o conhecimento vem sendo construído e compartilhado. Masie, às 10h30, abordará, de Nova Iorque, o tema sobre as incertezas com as quais nos defrontamos em nosso dia-a-dia, em nosso ambiente de trabalho, na sociedade, na economia, e como esses fatores estão influenciando o desenvolvimento de nossos talentos.

Às 11h30 van Dam entrevistará Masie, que estará em Nova Iorque, e Marci Powell, que estará em San Antonio, sobre suas visões a respeito do perfil dos talentos do futuro e como as tecnologias podem contribuir.

À tarde, das 13h às 14h, van Dam compartilhará as 25 melhores práticas em aprendizado e desenvolvimento de talentos. Às 14h15, diretamente de San Antonio, Powell abordará o tema “Videoconferência e Telepresença Encurtam Distância no Aprendizado”. Veja a continuação do programa e seus detalhes no site do e-Learning Brasil.

À noite já estarei em São Paulo para estar no World Trade Center no dia 25, me integrando a centenas de participantes.

Estou feliz por atuar em um mundo em que há pouco tempo era inimaginável e me preparando para um novo mundo que é ainda imprevisível para todos nós. Realmente, uma nova era já começou.

As entidades, instituições, organizações, empresas e cada um de nós necessitamos nos reinventar para poder vir a participar desta nova era.

Lembrete importante: no dia 29 de junho estarei ministrando o curso de Treinamento de Negociação para Engenheiros na Câmara Brasil Alemanha. Por favor, visite o site da câmara para mais informações.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A Crise Não Acabou... Ela Está Começando

O mês de maio termina com um ganho de 46% no ano de 2009 na cotação da Bovespa.
O Real se valoriza e a cotação cai para menos de R$ 2,00 por dólar, a popularidade de Lula sobe para 82%, à sensação é de que a crise não chegou aqui ou já se foi.

Há quase um ano escrevi que o sistema financeiro mundial tinha se exaurido e estava falido. A quebra dos bancos, iniciada pelo Lehman Brothers era o início do processo de desmonte de uma economia baseada neste sistema. A quebra do Lehman Brothers era o sinal evidente.

Quero fazer uma reflexão com você, minha amiga e meu amigo.



O sistema financeiro está lastreado no dólar, que serve como referencia de base de trocas para toda a economia mundial.
A confiança no sistema dinâmico e precário se realiza através da compra de títulos do tesouro americano, que dá uma garantia e segurança às aplicações.
A economia americana há muitos anos gasta mais do que ganha, ou seja, consome mais do que os recursos que produz.
Existe um déficit crescente e crônico de muito tempo.
Os paises asiáticos, Japão e China principalmente, os países do oriente médio como Arábia Saudita e também o Brasil dão sustentação a este déficit comprando títulos do tesouro americano.

Assim funciona a roda do mercado, da economia real, entretanto o financiamento do consumo da maior economia do mundo, os EUA, dava condições para importação de produtos japoneses, chineses, brasileiros e etc.

Nos últimos seis anos este modelo e sistema, que tem já 25 anos, se inchou com a criação de créditos podres e aumento de emissão de dólares que regavam o mundo.
A ganância acelerou o processo.
O risco de uma ruptura total levaria a economia a sua desestruturação total e provavelmente a uma nova guerra. O que ocorreu nos últimos meses?

Para se evitar a quebra da maioria dos bancos e das grandes empresas (GM é uma delas) os bancos centrais do mundo começaram a tentar irrigar a economia com créditos oficiais e políticas de quase eliminação de juros.
Os EUA neste e nos próximos anos terão um déficit fantástico e continuaram emitindo dólares.

Atacou-se a febre e o risco da morte súbita da economia mundial.

Os valores da economia real começaram a ser precificados, ou melhor, atualizados aos valores reais, sem a abundancia falsa de crédito, mas bancos e empresas no seu modelo perceberam e realizaram os prejuízos e atualmente muitas delas estão quebradas e prolongam apenas a sua subsistência.

Chega a hora da verdade. A GM quebra e pede concordata. Os governos americano e canadense assumem mais de 70,5% das ações.
Onde estão as causas da crise?

Quais os grandes riscos se estas causas não forem identificadas e resolvidas?

A causa principal é que o dólar não tem mais condições de ser o lastro financeiro do mundo.
Não há credibilidade e vivemos um mundo política, financeira e economicamente multipolarizado.
Houve, também, um esvaziamento dos organismos internacionais, como FMI, ONU, etc, que deveriam ser acatados e respeitados por todos os países do mundo e que atuassem com regras claras, transparentes e objetivas, permitindo um arbitramento e regulação do sistema financeiro mundial.

Um dos caminhos é a criação de uma “cesta de moedas” das nações que compõem hoje o G20, mas que proteja as pequenas economias e a criação de um banco central mundial.
Alternativas devem ser consideradas ouvindo-se China, Índia, Japão, Países Europeus e Brasil também.
É importante se crie novas regras e base para a criação de uma ordem financeira, a atual se esvaiu.

Quanto a nós Brasil, cautela e canja de galinha além de serenidade e prudência são necessárias, pois fazemos parte do mundo e devemos fazer parte da solução.
Temos líderes competentes para um futuro Banco Central Mundial, como Armínio Fraga e Henrique Meirelles e não podemos achar que “as crises causadas pelos outros” ou “pelos loiros de olhos azuis” cheguem aqui como “marolinhas” e que seremos “o último a entrar e o primeiro a sair” sem fazer nada internamente além de desconhecer a realidade do mundo.
A crise não acabou... ela está começando... aqui no Brasil também.