segunda-feira, 20 de abril de 2009

A Utopia e a Nova Zelândia

Auckland, 14 de abril de 2009

A chegada à Nova Zelândia é fantástica. Uma paisagem linda já se vê a bordo do avião. Um aeroporto moderno, funcional, com atendimento simpático, rápido e respeitoso das autoridades locais.

Meu filho Thiago, de 31 anos, me aguardava no aeroporto. Eram 7h30 da manhã, com um céu azul avermelhado em um outono agradável.

Assustado ainda com a mão inglesa porquanto íamos para Auckland, senti na conversa com Thiago o clima de harmonia e respeito daquele país, enquanto avistava parques lindos, residências abertas e seus jardins, uma cidade moderna e bem cuidada.

Foram 18 dias em que, viajando mais de 2400 quilômetros, conhecemos do Mar da Tasmânia ao Oceano Pacífico quase toda a ilha norte. Cada cidade surpreendia pela sua organização, beleza e característica próprias. Um país sem contrastes de qualidade de vida e ambiente. Vales, montanhas, cânions, florestas, pastagens e praias, sempre verdadeiros cartões postais.

Em Rotorua assistimos a um show Maori, em que participavam viajantes de 22 países diferentes, inicialmente todos juntos para uma confraternização, depois aprendemos a forma de preparar em um buraco no chão o jantar que teríamos. Vimos a seguir, na escuridão da noite, a chegada de guerreiros Maoris em canoas por um riacho, e finalmente veio o show, com as músicas, tradições, que nos mostrou toda a história, integração e a importância Maori na Nova Zelândia. Aqui colonos europeus e maoris juntos construíram uma nação.


Essa foi uma viagem em que não me preparei antes, pois seriam 18 dias com meu filho que está aqui há oito meses e pretende ficar definitivamente.

Vim sem prevenções, preconceitos, estruturas e objetivos.
Vim para realmente me desligar, sair da rotina e deixar pra lá o estresse.

Os planos iam mudando com o passar dos dias. Deixamos para lá seis dias de viagem pela Austrália, e depois a ida à Ilha Sul, caracterizada pela sua esplendorosa natureza e conhecida pelos esportes radicais. Nelson, Christchurch e Queenstown ficariam para a próxima viagem.

O roteiro final acabaria sendo Auckland, Hamilton, Cambridge, Rotorua, Taupo, Turangi, Wellington, Palmerston North, Napier, Gisborne e Tauranga.


Como na segunda cidade onde nos hospedamos, Rotorua, ficamos no YHA Hostel International, uma hospedagem de jovens estudantes com cozinha comunitária, ambiente de lazer bem internacional e muito bem instalados com internet e atividades comunitárias, meu filho Thiago gostou e foi se enturmando a cada Hostel que passamos a ficar, em Hamilton, Wellington, Napier, Gisborne e Tauranga.

Encontramos jovens do mundo todo, vindo de países como a Itália, França, Alemanha, República Checa, Israel, Japão, Coréia do Sul, China, Argentina, Chile, Inglaterra, Austrália, Dinamarca, Noruega e outros.

Além dos jovens, alguns “tiozinhos” sarados e irados fazem parte do ambiente, que é um retrato de um mundo sem preconceitos de raças, nações, línguas, costumes, que se entendem e descobrem a mesma essência de serem felizes com alegria e dignidade.

Fiquei feliz em ser um “tiozinho” desses, pelo menos não perdi meu prazer de conviver e curtir com essa juventude de excelente qualidade.
A Nova Zelândia se caracteriza pela simplicidade em tudo, pela ordem e progresso vivenciados a cada segundo, pela distribuição de renda eqüitativa e justa, pelas oportunidades a jovens de todo o mundo, pelo respeito, pelas regras poucas e duras, pela justiça. A Nova Zelândia existe e não é utopia.

Senti o choque cultural e de costumes, fiquei feliz em recuperar a esperança de quem sabe um dia poderemos ter em nosso dia a dia brasileiro uma utopia vivenciada.

terça-feira, 24 de março de 2009

Sei que eu e você somos gotas no oceano

Existem momentos em que ter consciência da dimensão exata do que eu e você vivenciamos no dia a dia nos dá uma sensação de que nossas ações, atitudes e pensamentos não têm importância nenhuma no contexto maior. Assim, nos conformamos em seguir a maré e as correntes e deixar as coisas pra lá. Vamos nas ondas, para onde elas vão e perdemos o sentimento de indignação, valores e ética.

Existem outros momentos em que temos a sensação de que somos o oceano, pois fazemos parte dele e temos a consciência de que influímos nestes movimentos e uma sensação de que nossas ações, atitudes e pensamentos têm muita importância no contexto maior. Assim, ao negar seguir a maré e as correntes, podemos influir no processo como agentes de mudanças.

O mundo está em guerra e o mundo é o nosso oceano.

Egoísmo X Colaboração
Ganância X Solidariedade
Interesse pessoal X Interesse comunitário
Mentira X Transparência
Corporativismo X Cooperativismo
Capitalismo e comunismo X Responsabilidade social
Destruição da natureza X Ecologia sustentável
Lucro como objetivo X Lucro como consequência
Gestão por conflitos X Gestão participativa
Fundamentalismo X Tolerância
Ditadura X Democracia
Imposição X Liberdade
Crime organizado X Ética e Respeito
Chefe X Líder

Essas forças positivas e negativas estão dentro de cada um de nós. Aqui me lembro de quando se fez uma pergunta ao Dalai Lama em sua visita a Curitiba. Qual delas vai ganhar a luta?
Ele respondeu que dentro de nós há dois cachorros brigando: um mau e assassino e outro bom e companheiro. A resposta de Dalai Lama foi: “vai vencer aquele que você melhor alimentar e cuidar.”

Em minha percepção, é principalmente dentro das empresas e instituições que essa luta se trava hoje e influenciará as comunidades, as famílias e as pessoas. Assim, as competências que se desejam aos talentos das empresas que farão a diferença são:

Estar à disposição do outro;
Saber ouvir;
Ser proativo;
Tomar iniciativa;
Decidir sem medo de errar;
Saber ensinar;
Saber aprender;
Respeitar e ter boas relações no trabalho;
Trabalhar em equipe e solidariamente;
Liderar compartilhando a liderança;
Ser criativo;
Ser autêntico, ou seja, ser você mesmo;
Estar preparado e capacitado.

Vamos fazer a diferença, pois uma nova era começa e o processo de evolução da humanidade continua por mais insignificante que aparentemente possa ser uma gota no oceano.

terça-feira, 10 de março de 2009

Cabeça de dono

Estamos em um momento de transformações de todos os sistemas nos quais estamos inseridos, o sistema familiar, o sistema comunitário, o sistema político, o sistema econômico, o sistema financeiro, o sistema ecológico, o sistema empresarial e o sistema educacional.
Está cada vez mais claro que cada dia é um novo dia, que não há dois amanheceres iguais e que as situações e ocorrências são sempre novas.
Está cada vez mais claro que todos os sistemas são dinâmicos, passageiros e renováveis.
Está cada vez mais claro que as coisas não se repetem e, portanto exigem novas atitudes e novas soluções.
Está cada vez mais claro que cada um de nós, como ser humano, fazemos parte de cada sistema e de todos os sistemas e que cada ação nossa reforça, enfraquece ou melhora o sistema.
Está cada vez mais claro que a ação de cada ser humano é ao mesmo tempo razão de ser do seu processo evolutivo e do sistema no qual está inserido, pois cada um de nós é agente de mudanças.
É importante, pois, termos “consciência” de que cada um de nós é dono do sistema.
Se evito desperdícios, produzo menos lixo, preservo o meio ambiente, seus recursos estou sendo dono da natureza e de todo sistema ecológico.
Se aceito meus familiares como são, crio um clima harmônico de amizade, cooperativo e de liberdade dentro das regras do bom senso, estou dando embasamento a todos os sistemas familiares.
Se respeito às normas e leis do condomínio onde vivo, da cidade onde moro, do trânsito no qual trafego e colaboro com sugestões de melhoria e atuo em entidades comunitárias, estou sendo dono da comunidade que faço parte.
Se minha atuação profissional como colaborador de uma empresa, autônomo, sócio, liberal é de estar à disposição do outro, entender as necessidades e expectativas do cliente e criar soluções, ideias, produtos e serviços que criem valor agregado e gerem satisfação, estou sendo dono do negócio, estou sendo dono da empresa, estou sendo dono da economia.
Se gasto menos do que ganho e consigo poupar e me capitalizar, estou participando de um sistema financeiro saudável. Isso vale para empresas, pessoas e países.
Se atuo com transparência, clareza, honestidade e tomo minhas atitudes políticas baseadas em condutas e valores, influencio positivamente o meio político.
Se me preparo, estudo e dou condições de aprendizado aos que me rodeiam, estou reforçando o sistema educacional.
Cada um de nós é o alicerce e razão de ser de cada sistema. Somos o elo mais forte que não vai se quebrar.
Somos realmente cada um de nós o dono, se tivermos cabeça e atitude de dono.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A epidemia da cobiça e da corrupção

Estamos vivendo uma crise de confiança em todo o mundo e um risco de destruir nosso próprio habitat.
A crise financeira se não enfrentada e resolvida, arrastará toda a economia, nos levará a uma desagregação e a uma guerra generalizada.
Existe esta consciência, existe um medo no ar e os movimentos estão se amadurecendo para que haja novas regras e comece um novo jogo.
Mas há quem jogue contra.
O que caracteriza uma epidemia é que ela se alastra sem controle e vai contaminando a todos que se adaptem a esta anomalia e acabam a realimentando.
Já se sabia do subprime, mas se os bancos não alavancassem como os outros, sairiam do jogo, se os gestores não alavancassem o banco, perderiam seus altos bonus e emprego. Logo "vamos que vamos" era a regra geral.
Dinheiro é meio, não é fim. É uma coisa virtual que passou a ser fim para estes gestores.
A cobiça passa a dominar.
Alimentos, casas, automóveis, hospitais, escolas, transporte, famílias é algo mais mensurável.
A economia real pode sim ser afetada por esta crise financeira.
Existem felizmente muitas empresas e bancos no mundo que estão focadas no seu negócio, trabalham com capital próprio, crescem com as próprias poupanças, reinvestem e andam com os próprios pés.
Elas podem estar sofrendo, mas tem sua sustentabilidade e perenidade garantida, a não ser que cheguemos a uma guerra mundial. Risco há.

É inerente ao homem ser desonesto?
É inerente ao homem ser egoísta e ambicioso?
É inerente ao homem ser corrupto?

Vamos voltar a estudar Jean Jaques Rousseau?

“O homem é bom por natureza. É a sociedade que o corrompe”


Até onde os sistemas e meio ambiente no qual estamos inseridos no Brasil, nos transforma primeiro em assistentes atônitos, depois em assistentes passivos, depois em cúmplices silenciosos, depois em parceiros acovardados e finalmente em vítimas fatais?
O meio ambiente da corrupção, da desfaçatez, da impunidade total que vive boa parte dos políticos, até que ponto já é uma epidemia e em que grau já nos atingiu?

Como vamos reagir, agir ou interagir com esta realidade?

“Conheça-te a ti mesmo”
“ A vida sem objetivo não é digna de ser vivida”
Sócrates (470 – 399 a.c), filósofo grego.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Comunicação e Liderança Eficaz em Tempos de crise

Vivemos momentos de mudanças radicais, tempos de crise, assim, formas superadas de liderar e de se comunicar passam a ser inadequadas, não respondem mais as necessidades e expectativas atuais dos liderados.

Palavras como “chefe” e “subordinado” soam como coisas da época da estrutura hierarquizada, rígida e sem flexibilidade. O poder de decisão concentrado na chefia e frases como esta “manda quem pode e obedece quem tem juízo” ou “você foi contratado para executar e não para pensar” soam como coisas já abolidas há muito. A confiança nas lideranças atuais em todos os níveis desaparece.

Diálogo e solicitação substituem a maneira antiga de dar ordens e impor. O conceito antigo de poder se esvai em um clima de participação, interação, colaboração e respeito surgindo uma liderança aceita e compartilhada.

A postura de que você faz um favor a quem atende por que não há outra escolha a quem está sendo atendido é a ante véspera dos grandes problemas que as empresas vão vivenciar e enfrentar. Falta de confiança, clima de corrupção, ausência de transparência, inadequação nas contratações, incompetência são sintomas de uma grande crise que está para acontecer.

A causa deste grande mal está em uma gestão antiga que se baseia na concentração do poder arbitrário no chefe que dá as ordens e centraliza os processos de decisão.

As empresas estão desabando por que suas estruturas ou podemos dizer sua anatomia não está preparada para um atendimento aos seus clientes externos e internos de forma eficaz, flexível e de satisfação. Suas lideranças estão desacreditadas.

A fisiologia vem primeiro, a anatomia é conseqüência.

Assim mudar o foco para o mercado, cliente, verdadeira razão de ser da organização ou empresa, exigirá novas ações que naturalmente eliminará gorduras, desperdícios e vai tirar o foco do umbigo, ou seja, produto, lucro, sistemas etc.
Estas serão ferramentas e resultados da excelência e da qualidade da empresa que está a disposição e sabe interagir com transparência com o mercado (cliente).

Um mundo globalizado está exigindo do novo líder uma visão holonística e ética que permita identificar com rapidez os contextos, cenários, entorno e transformar estas situações rapidamente em oportunidades e novas ações. Este líder tem sua consciência expandida e a convicção de que é um agente de mudanças.

Saber se inserir na realidade do mercado e dentro dos limites da visão, da missão e dos valores da empresa, é estratégico e criará sinergia e proatividade para realizar ações eficazes e rápidas.

A capacitação de se comunicar e de transmitir e de ensinar os seus conhecimentos e vivencias aos seus liderados com precisão e eficácia, de se relacionar com as pessoas através do diálogo, do respeito e do espírito participativo de grupo, aliado a uma técnica desenvolvida através de treinamento de fazer reuniões trará resultados fantásticos a este novo líder.

A liderança compartilhada transmite ao liderado o poder de decisão no momento certo, com a pessoa correta. Delegar poderes é uma arte que pode e deve ser desenvolvida pelos novos gestores líderes.

Em nosso curso “Comunicação e Liderança Eficaz, em tempos de crise” apresentamos estas ferramentas e metodologias que compreendidas e aplicadas pelos participantes tem ajudado a transformar chefes em comunicadores e líderes eficazes.
Nossa vivência, em cursos realizados em São Paulo e Santa Catarina e in company só nos tem deixado felizes com os resultados.

Na exame de 11/02/2009 na seção Gestão e Idéias tem a frase de Jim Collins “As pessoas certas não precisam ser gerenciadas. Se você precisar gerenciar muito de perto alguém, errou na contratação”.
Alain Belda, presidente mundial da Alcoa , em suas confidências, também sempre foi claro “Sempre contratei para trabalhar comigo, profissionais melhores do que eu e ao delegar tarefas e autonomia sempre tive respostas e resultados melhores”